Tem dia que fica difícil...
Quase insuportável, que é difícil levantar da cama, que dói quando a gente chora no banho...
Nesses dias, a luz do sol arde, e a vontade de nadar de volta é maior do que qualquer coisa...
Normalmente a semana passa rápido, o tempo passa rápido e a saudade diária é substituída por um abraço amigo, pelo skype em português, por um almoço sentado na calçada, por um olhar de lado, por um sorriso maroto na hora do café no banco da esquina...
Mas nesses dias que fica difícil, ai... como fica difícil. Não dá vontade de trabalhar, não dá vontade de escrever, não dá vontade de sair de casa. Dá vontade de ficar acabrunhado na cama pensando... Nesses dias, eu pego meu caderno de cabeceira (um caderno que a Daniella, minha amiga daqui me deu) e fico escrevendo sobre a saudade. Escrevo sobre a saudade de amar, a saudade de beijar, a saudade de abraço patriota...
Em casa, sozinho, eu acabo chorando. Mas não porque estou com saudade, e sim porque eu assiti alguma coisa na TV que me fez chorar... Depois eu tomo banho demorado e fico enrolando para ir para a faculdade. Fico pensando na vontade de voltar e na vontade de estar em São Paulo, minha verdadeira casa. Minha hometown, de onde meu coração fugiu, mas voltou. Só que ele esqueceu de me buscar aqui...
Mas o bom é que o dia acaba. E aos poucos vou voltando ao normal.
Só acho importante que todos saibam que há dias que não dá, não. Acho que é normal, acho. Não sei. Talvez eu sinta mais do que os outros, talvez eu seja mesmo um dramaqueen, talvez minhas lágrimas alimentem meu sorriso, sei lá.
Hoje é um desses dias, queria estar em casa, na casa que deixei. Queria estar abraçado, beijado e cuidado.
Queria estar aí, do lado de quem me importa.
Acho que isso tudo é saudade mesmo. Saudade grande.
Eu sei, agora eu sei, exatamente o que é saudade. E sei que quem inventou a palavra sabia chorar. E também sabia deixar escorrer as lágrimas enquanto a rua se movimenta. E também sabia olhar para o lado e deixar o sol secar a lágrima e ensaiar um sorriso de esperança. Quem inventou a palavra, também inventou a vontade de voltar para casa e eu aprendi os dois.
Vou voltar. Eu sei que vou voltar.
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