sexta-feira, 23 de março de 2012

Dia branco e chão de giz

Para ler ouvindo "Chão de giz" com a Elba



Vocês já repararam nos caminhos que fazemos no youtube? Começamos com um vídeo, seguimos para outro, para outro e terminamos em algo que não nos deixa lembrar onde começamos....
Semana passada fui de Elis Regina para Trapalhões, outro dia de Robyn até Luciana Melo. Não tenho ideia de como o youtube "algoritimitiza" nossas seleções. Às vezes acho que é mais simples do que pensamos. Simplesmente, Brasil - Brasil, Suécia - Suécia e assim vai... algo como Pandora que coloca no mesmo grupo qualquer coisa que seja em português (devo admitir que eles estão melhorando...).
Hoje comecei com "Dia Branco" para dar para meus alunos... ah a música pela gramática (ou seria a gramática pela música?). Futuro do subjuntivo, música perfeita, não? Se você vier, pro que der e vier comigo...

Daí segui para Dia "Branco" com a Elba Ramalho. Qual usar? Não minto, não. Adoro a voz da Elba, mas a do Geraldo é mais didática - hahahaha - By the way, os alunos quase dormiram na aula! Achei que fossem gostar. Eles adoraram Milágrimas com a Zélia Duncan (caso estejam curios@s, o tema era imperativo), achei que fossem curtir também :(

Anyway, de "Dia branco" cheguei em Chão de giz com a mesma Elba e fiquei ouvindo a música umas vinte vezes... Já tinha esquecido o tanto que eu adorava essa música. Me lembro de ganhar o cd "Leão do Norte" só por  essa música, que na época, antes do mp3, vivia no repeat no meu carro (sim, ainda tinha carro) e em casa.... Bem, fiquei ouvindo a música e ainda hoje a música segue sendo um dos maiores mistérios para mim... O que sempre me encantou na música foi o primeiro verso, um dos mais lindos da MPB (junto com "a cada milágrimas sai um milagre"):

"Desço dessa solidão..."

Lindo, mas a partir daí, a viagem segue e mais do que o livro-viagem, viagem-livro do Haroldo é uma canção-viagem que a música é canção que é a viagem que é letra (e eu entendo porque não sou poeta), mas vejam isso:



"Prá sempre fui acorrentado
No seu calcanhar"

Lindo, lindo... e agora, anos depois de ouvir pela primeira vez começo a dar conta das imagens e a música começa a fazer sentido... É, Nelson Rodrigues estava certo....

quarta-feira, 7 de março de 2012

Gosto mesmo de NY?

Hoje uma aluna me perguntou se eu "dislike" Nova York... Me disse que tinha visto este blog e que pelo título ficou pensando se eu não gostava de Nova York. Disse para ela o que eu pensava sobre a cidade, e resolvi escrever aqui. Mas aí, pensei "se eu disser que sim ou que não, terei que desativar o blog",  Não?

Bare with me por um segundo... O título do blog é "I think I heart NY" e a ideia era escrever sobre a cidade, sobre minha vida aqui, coisas assim... Não que eu faça isso, pois eu quase nunca publico (apesar de ter muitos posts começados - hoje mesmo eu contei mais de vinte posts que nunca terminei), portanto eu poderia responder a pergunta dela e fechar o blog. Assunto encerrado: Sim, gosto. Não, não gosto...

Pensei, pensei, e resolvi dar mais uma chance para este blog. Portanto, não posso dizer ainda se gosto ou não gosto, mesmo porque eu nem sei se tenho uma resposta pronta para a tal pergunta e talvez nunca tenha. Aliás seria bem legal nunca respondê-la. Deixar essa aluna pensando, criar quase um seriado em que nunca saberemos se eu realmente gosto ou não. Um jeitinho brasileiro meu de tentar fugir do assunto...

Não responder talvez seja meu jeito de não ter que lidar com o assunto, com a volta, com a vontade de ficar (oops, será que é uma dica?), com a vontade de nunca mais ter que dirigir (outra dica?)...

Uma coisa que posso dizer, com toda a segurança, sou feliz. Sou feliz como não tenho sido há muito tempo. Tenho tudo que preciso e descobri que preciso de muito menos do que eu tinha antes e isso é felicidade. Sigo escrevendo, sigo tentando e quanto a gostar ou não, por agora o que me vale é a viagem, é o eterno começo... E sem terminar nada, deixo mais uma dica:

"... um livro onde tudo seja não esteja seja um umbigodomundolivro
um umbigodomundolivro um livro de viagem onde a viagem seja o livro
o ser do livro é a viagem por isso começo pois a viagem é o começo
e volto e revolto pois na volta recomeço reconheço remeço um livro..." - Haroldo de Campos