Hoje é um daqueles dias que a mídia está "on fire". No que diz respeito aos assuntos caros aos LGBTQ pelo menos.
Ontem fui dormir assistindo ao escândalo mais recente nas universidade americanas (sim, que surpresa, um escândalo...). O técnico do time de basquete da universidade Rutgers em New Jersey foi visto em câmera agredindo fisicamente e usando ataques verbais homofóbicos contra os jogadores do time1.
Já na cama fiquei pensando na punição do técnico, até ontem à noite ele havia sido apenas suspenso por três jogos. Foi impossível não fazer uma comparação e pensar se a punição teria sido a mesma se os ataques verbais tivessem sido raciais e não homofóbicos... Talvez sim, mas o que eu ainda vejo hoje em dia é uma certa permissividade em relação à homofobia. O preconceito racial, apesar de ainda estar longe de ser resolvido, está sendo silenciado através de leis, educação, ações afirmativas... A homofobia ainda não.
Longe de mim querer comparar anos de opressão negra, escravidão, humilhação com a questão homossexual. Mesmo porque, muitos gays se mantém no armário pelo simples fato de poderem manter o status de homem branco no poder (poderia explicar isso com uma música do Caetano, "Americanos"). E por mais opressor que tenha sido e ainda é, muitos gays e lésbicas optaram por simplesmente esconder sua orientação silenciando-se, prática que minorias raciais nunca tiveram como opção. Mas apesar de tais diferenças, acho que há uma pequena possibilidade de comparação aqui: as questões relacionadas às leis e de que maneira tais leis podem ajudar a diminuir a homofobia.
Leis anti-homofobia são fundamentais para que exista uma sociedade mais igualitária. Enquanto acharmos que chamar alguém de gay, veado, sapatão, bicha não tem problema (e não deveria haver problema em alguém ser chamado de veado, o uso de tais palavras como ofensivas é que é o verdadeiro problema) e enquanto tais práticas continuarem a existir nas escolas, nas universidades, nas ruas, ficará mais difícil para que as pessoas se sintam confortáveis para sair do armário e dessa maneira, seguiremos vivendo essa falsa segurança no armário.
Em tempo: hoje na hora do almoço, a universidade liberou uma nota dizendo que após longa consideração havia decidido despedir o técnico.
Precisamos de mais Danielas Mercurys, não só por sair do armário, mas por ser inclusiva, diversa e positiva, menos Bolsonaros, Felicianos, Malafias.... Esses últimos precisam ser neutralizados (eu queria é dizer, silenciados) e para isso precisamos de mais vozes inclusivas.
Ah, sobre o Uruguay. Casamento igualitário aprovado!
1. Nota de rodapé: Basquete e futebol americano têm times universitários que jogam todos os anos em campeonatos nacionais, a importância deles aqui é quase como a de um Brasileirão ou dos campeonatos estaduais. Os jogos passam na TV, são notícia diariamente, não querer acompanhar esses esportes aqui é quase como querer fingir que futebol não existe no Brasil.
Em inglês, in Portuguese... Um pouco de tudo. I've always thought I'd live in NYC, and voilá, here I am. The truth is... Não sei se gosto, se detesto, se suporto, se adoro, or if I am too scared to say it aloud how much I love it... The truth is that I get more and more at home in NY, but I also do miss São Paulo and only one word can explain it: Saudade... Pois como bom brasileiro que sou, I carry Saudade onde quer que vá. E junte a tudo isso, Libra com ascendente em Libra e lua em Leão...
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