domingo, 20 de janeiro de 2013

De tudo que passa pela minha cabeça em 2 minutos

E eu estava prestes a começar o ano com mais uma promessa, mas resolvi ler o último post, lá de novembro e li que havia escrito que não faria mais promessas, então ok... no promises.

Vou só escrever e quem sabe seguir escrevendo semanalmente. Não, sabemos que isso não vai acontecer.

Bem, já estamos em 2013, meu quarto ano em NY. Sim, em julho completo 4 anos aqui. E ainda parece que foi ontem. Ainda me lembro dos dias perdidos pela cidade buscando apartamento, tentando escolher bairro, tentando ver o que seria bom para mim.

Eu me lembro bem de andar pelas ruas do meu atual bairro e gostar daqui. E hoje, quando ando pelas ruas do tal Yorkville e vejo a quantidade de brasileiros que vivem perto de mim, começo a desconfiar de alguma vibe verde e amarela por essas ruas. Não sei bem o que me fez viver aqui. Na época, eu pensava, "perto da faculdade, ao lado da possível faculdade que terei que dar aula e razoavelmente perto do metrô (para SP, do lado, para NY, longe - o que barateou o aluguel tremendamente)". Há uma nova linha de metrô que estão construindo por aqui, mas essas coisas em NY são piores que SP, e isso pode demorar anos e anos ainda.

Vivo entre gostar daqui e querer mudar. Já me acostumei com o bairro e tenho uma dificuldade gigante para mudanças, especialmente de espaços físicos. Agora que o dono do restaurante japonês, a moça da lavanderia, o verdureiro, a recepcionista da academia, o moço da pizza, a garçonete do dinner sabem meu nome, ter que mudar? Não sei, não....

Os lugares que gostaria de morar mesmo não posso pagar - West Village, Chelsea, UWS - portanto vou ficando por aqui. Sair da ilha, não quero. O Brooklyn ainda não me convenceu e por mais barba que eu tenha, não me vejo como um hipster fazendo cocô no jardim para usar de adubo nas hortaliças que comem no jantar. Pois então, vou ficando na ilha. Meio ao centro,  totalmente ao leste numa caixinha de fósforo que aprendi a amar como a minha própria casa - Wait, é a minha própria casa - mas que nunca pinto ou mudo muito porque quero achar que é provisória (mesmo não gostando de mudanças...).

E aos poucos, acrescento fotos, peças minhas, presentes da família e ela vai ficando com cara de minha. Mas aí, vem o Marcelo pela câmera do Facetime e me diz que a casa está bagunçada e sem estilo. Talvez eu não tenha estilo mesmo... O que preciso com urgência é uma cama nova. Viagem para Ikea logo, logo  (Sorry, Eu quis dizer "trip to Ikea"- ah esse bilinguismo...).
Já escolhi o modelo, só preciso ir comprar, mandar entregar e pagar para montar. Não, não monto coisas, não sei fazer trabalho manual e não tenho interesse em aprender. Não, não quero comprar uma dessas maquininhas que faz buraco na parede (Como chamam? Furadeira? Broca?). Quero aprender a falar mais quatro línguas, quero aprender ioga, pilates, a escrever com os olhos fechados e a ser poeta. Cada um com as suas coisinhas, né?

E depois da cama? Acho que só, já tenho um sofá, uma TV, uma boa mesinha, acho que preciso de mais storage space... Ah, mas a cama vem com espaço embaixo! Viva Ikea! E espaço para livros.
Me preocupa isso, se algum dia eu sair da faculdade, eu não sei o que faço com as estantes de livros que vou deixando lá. Fora as estantes em SP e as que já tenho aqui. Quando eu morrer, faço como o Mindlin, deixo tudo para a USP e eles constroem um prédio em frente a Letras para a minha coleção de livros. Ou melhor, um prédio para estudos de gênero e sexualidade. Gostei. Só preciso de mais uns 79.000 livros.

A biblioteca de Columbia é assim. Tem um monte de salinha com nome de gente. Gosto de andar por elas e ver quem são ou foram essas pessoas. São salinhas no meio de um andar, como um puxadinho literário. Vire e mexe acho os livros que procuro ali.

Mas onde estava mesmo? Falando sobre o jetlag? Não, falando sobre várias coisas ao mesmo tempo... ainda sob o efeito desse maldito jetlag. Acho que vem com a idade mesmo. Dificuldade de concentração. ADHD depois de velho...

Bem, fui da não-promessa de escrever para o meu bairro para o meu apartamento para a biblioteca para o jetlag e finalmente terminando com um possível diagnóstico de ADHD. Acho melhor parar por aqui. Não vou reler esse texto, não. Deixo como os meus alunos fazem, entregam sem reler. Vamos ver no que vai dar. Talvez seja um bom recomeço, um bom começo para 2013. Deixar a inspiração fluir porque é disso que estou precisando para a tese. Preciso deixar as ideias (ainda me dói não colocar acento em ideia) correrem solto pelos meus dedos e cabeça.

De volta para a tese. Não vou colocar música hoje, não.  E por favor, me mandem inspiração para escrever a tese. Acho que vou postar os capítulos. Quem sabe?










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